Novo presidente da Câmara disse que não vai
‘nem ajudar, nem prejudicar’ o peemedebista
Por Da
redação // Veja
O
novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) (Ueslei
Marcelino/Reuters)
O novo presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não definiu prazo para a votação
final do processo de cassação do ex-presidente da Casa deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Perguntado sobre o caso, Maia elogiou a gestão de Cunha, disse que
ajudou a elegê-lo e ponderou que o desfecho do processo deve ocorrer “dentro
das regras da Casa” e quando houver “quórum adequado”.
“Vamos colocar em votação quando [o processo] estiver pronto para tal”,
disse Maia ao ser perguntado se a cassação de Cunha poderia ser votada pelo
plenário ainda esta semana. “Não estou aqui nem para ajudar, nem para
prejudicar o Eduardo”, acrescentou.
Antes de chegar ao
plenário, o processo de Cunha depende de decisão da Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ). Nesta quarta-feira, a comissão adiou, mais uma vez, a votação do recurso
de Cunha contra a decisão do Conselho de Ética, que aprovou a representação do
PSOL e da Rede que pede a cassação do mandato do peemedebista.
Logo após tomar posse na presidência da Câmara, Rodrigo Maia disse que
sua vitória só foi possível graças ao apoio dos partidos de oposição ao governo
do presidente interino, Michel Temer. “Sem a esquerda não venceria. O resultado
da votação provou que é possível construir um novo momento. Tivemos votos da
base e da oposição”.
Em troca do apoio recebido dos partidos de oposição a Temer, Maia disse
que vai garantir o direito das minorias. Ele, no entanto, afirmou que os
partidos que o apoiaram no segundo turno da disputa contra Rogério Rosso
(PSD-DF) não apresentaram sugestões de pauta a serem analisadas como
prioritárias.
Perguntado sobre a pauta de votações, Maia disse que as prioridades são
a proposta de emenda Constituição (PEC) do teto de gastos públicos, o
alongamento da dívida dos Estados com a União, a PEC dos Precatórios, o projeto
que muda as regras de exploração da camada do pré-sal e a reforma da
Previdência, que ainda está em discussão entre o Palácio do Planalto e centrais
sindicais.
Alinhado com o discurso do presidente interino, Michel Temer, Rodrigo
Maia disse que a Câmara terá que debater e votar pautas consideradas
impopulares. “Os deputados são eleitos não apenas para aumentar despesas e
serem aplaudidos. Estamos aqui também para votar aquilo que seja impopular”,
disse. “Pode ser impopular agora, mas temos que olhar para frente”.
Rodrigo Maia também reconheceu a necessidade de o Parlamento ter
“coragem” para aprovar uma reforma política. “Temos que ter um grande debate
nessa Casa porque o sistema político que está aí ruiu. De forma consensuada
[sic] e conjunta, teremos que debater a reforma política e enfrentar esse
modelo falido”.
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